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Uma Olimpíada todos os dias

por publicado: 16/09/2016 16h00 última modificação: 16/09/2016 16h25
Servidores do MJC falam sobre a importância de eventos como as Paralimpíadas na conscientização da sociedade, e ressaltam a importância do esporte para ajudar a enfrentar os obstáculos do cotidiano

Brasília, 16/9/16 - Quem assiste às Paralimpíadas do Rio de Janeiro tem a oportunidade de conhecer exemplos de superação dos limites do corpo e dos obstáculos interpostos pela vida. São muitas as pessoas com algum tipo de deficiência que precisam superar limites para executar as tarefas do dia a dia. O censo IBGE de 2010 aponta que são 45,6 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, o que representa 23,9% da população.

No Ministério da Justiça e Cidadania (MJC) são 29 servidores que trabalham nos prédios da pasta, segundo dados da Divisão de Cadastro e Benefícios. Um deles é o administrador Breiner Silvestre Alves Franco, ex-praticante de natação e futebol. Ele já disputou campeonatos no Minas Brasília Tênis Clube e foi considerado atleta do ano em uma das temporadas.

Com várias medalhas no currículo, Breiner ressalta a importância da conscientização promovida por um evento como as Paralimpídas.  “Pessoas com deficiência podem e devem conviver em sociedade, assim como praticar esportes em competições de alta performance. Isso vai depender da conscientização das próprias pessoas com deficiência de entenderem os seus limites, se é que eles existem, e de se permitirem praticar esportes para o seu próprio bem-estar e saúde, sem preconceitos ou restrições”, afirma.

Sobre o preconceito e desconfiança que passam as pessoas com deficiência, Breiner afirma que a conscientização da população é fundamental, mas a vontade de realizar grandes e pequenos feitos, todos os dias, fazem a diferença na vida de qualquer cidadão. “O mais importante são as próprias pessoas com deficiência mostrarem seu valor e capacidade, seja onde for, no trabalho, na família, nas escolas, em todos os níveis da sociedade”.

Briener Briener Franco acredita que as Paralimpíadas trazem conscientização para a sociedade

A arquivista do MJC, Patrícia de Jesus Ferreira Costa, também tem bastante intimidade com esporte. Ela foi ginasta rítmica desportiva na adolescência e hoje pratica musculação. Patrícia possui deficiência auditiva. Um problema de saúde que pode acometer futuramente cerca de 1 bilhão de pessoas por causa do uso indevido de fones de ouvido, alerta a Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com o estudo publicado em 2015, no mundo existem 360 milhões de pessoas com perda moderada ou profunda de audição por diferentes razões, como barulho, condições genéticas, complicações de nascimento, uso de drogas e velhice. No caso de Patrícia, semelhante aos atletas paralímpicos, os obstáculos da deficiência foram superados na prática de esportes, e também por meio deles.

"Os Jogos Paralímpicos mostram a determinação daqueles atletas, e a esperança de que todos podemos superar os desafios da vida. Para as pessoas com deficiência, praticar esportes representa muito mais que saúde. É uma atitude positiva que melhora a autoconfiança e autoestima, sem contar a percepção que a sociedade passa a ter das pessoas com deficiência”, afirma Patrícia.

Patricia Costa, que tem deficiência auditiva, superou obstáculos por meio da ginástica