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Reforço no policiamento de fronteira
Gratificações serão pagas a policiais federais e policiais rodoviários federais que atuam na fronteira. Foto: José Gnaspini/Arquivo/PF
Brasília 6/12/17 - Para reforçar o combate ao crime organizado na zona de fronteira, o presidente Michel Temer assinou dois decretos na tarde desta quarta-feira (6), no Palácio do Planalto, criando gratificações para policiais federais e policiais rodoviários federais. “É um estímulo para quem trabalha em zonas críticas, na repressão ao tráfico de drogas e armas”, comentou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, que estava acompanhado do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, na audiência com o presidente.
A gratificação foi fixada em R$ 91 por dia de trabalho efetivo e não será incorporada ao salário. Ou seja, se o policial sair da zona de fronteira, perde o direito de recebê-la. O pagamento da verba está restrito a policiais lotados em 50 municípios brasileiros, a serem listados em portaria do Ministério do Planejamento. Os decretos regulamentam a Lei 12.855 de 2013, que criou a indenização, mas não fora posta em prática.
O reforço no policiamento de fronteira vem sendo usado com sucesso pela União no combate ao crime organizado no Rio de Janeiro. A estratégia é asfixiar o abastecimento de armas, munições e drogas antes de elas chegarem ao destino final.
Para tanto, o comando das forças federais que apoiam os órgãos de segurança do Rio montaram três ondas de contenção: a primeira do Rio Grande do Sul ao Mato Grosso do Sul, rota de entrada principalmente de armas e drogas ilegais vindas do Paraguai e da Bolívia; a segunda nos corredores entre os estados de Goiás, Minas e São Paulo e rotas litorâneas do Nordeste, usadas pelos traficantes do Peru e da Colômbia; e a terceira no Rio de Janeiro propriamente dito.
A estratégia vem funcionando. A maior parte da apreensão de drogas, armas, munições e pessoas se dá nos dois primeiros arcos, antes de chegarem à ponta final de consumo. Dados oficiais da Polícia Rodoviária Federal sobre esta operação, batizada de Égide (alusão ao escudo usado por Zeus na luta contra os titãs), revelam que a primeira onda, montada na zona de fronteira, apreendeu mais de 121 toneladas de maconha e 2,5 toneladas de cocaína e crack, entre 10 de julho e o último domingo (3/12). Esses números equivalem respectivamente a 92% e 78% do total apreendido no país no mesmo período.