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Operação Esperança Equilibrista
Brasília, 7/12/17 - A operação Esperança Equilibrista, feita pela Polícia Federal para apurar indícios de desvio de recursos na Universidade Federal de Minas Gerais na obra de construção do Memorial da Anistia Política do Brasil, foi realizada a partir de relatórios de auditoria do Ministério da Transparência da época em que o hoje ministro da Justiça, Torquato Jardim, era titular daquela pasta.
Ao assumir a Justiça, em maio deste ano, Jardim determinou a suspensão imediata da execução financeira do convênio celebrado entre a UFMG e a Comissão de Anistia, que é a fonte dos recursos federais empregados na obra. O orçamento inicial do Memorial da Anistia era de R$ 5 milhões. Mas o projeto cresceu para R$ 30 milhões, 67% deles já gastos.
Relatórios mais recentes do Ministério da Transparência apontam desvios de mais de R$ 3,8 milhões. Ao longo da execução, os auditores da Controladoria-geral da União descobriram irregularidades como falsificação de documentos, pagamento de bolsas de estágio a pessoas sem vínculo estudantil, depósito de recursos em contas estranhas ao projeto e quitação de despesas não relacionadas à obra.
Tais irregularidades provocaram a devolução de R$ 4.701.873,98 pela UFMG. O último repasse de recursos do Ministério da Justiça para a obra soma R$ 1.022.972,58 e data de dezembro de 2016, anterior à posse de Torquato Jardim no Ministério da Justiça.