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"O crime está perdendo a guerra logística no Rio", afirma Torquato Jardim
"O governo federal cercou a chegada de munição no Rio de Janeiro. Os bandidos estão perdendo a guerra". Foto: Isaac Amorim/MJSP
Brasília, 24/10/17 - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, afirmou que o crime organizado está perdendo a logística no Rio de Janeiro (RJ), devido ao forte cerco que o governo federal vem montando, desde a fronteira até os grandes centros. Nesta terça-feira (24), na Câmara dos Deputados, em Brasília, ele defendeu a continuidade e o aperfeiçoamento dessas ações, como forma de estrangular rotas de abastecimento de contrabando, armas e drogas ilegais.
Para Jardim, é fundamental inibir os meios logísticos de grandes quadrilhas, buscar a fonte de dinheiro. "Trata-se de uma ação contínua para obrigar o crime organizado a gastar os recursos que tem. O governo federal cercou a chegada de munição no Rio de Janeiro. Os bandidos estão perdendo a guerra da logística. Está faltando pó para distribuir no Rio de Janeiro. Está faltando munição. Por que? Porque houve estrangulamento logístico. A droga já está mais cara, assim como o cigarro contrabandeado do Paraguai. Isso é bom? É ótimo", afirmou.
De acordo com o ministro, somente a Polícia Rodoviária Federal já apreendeu 111 toneladas de maconha e 2 toneladas de cocaína e crack, além de 1,9 milhão de pacotes de cigarro e 72,8 mil munições de diversos calibres, inclusive de fuzil. Essas apreensões aconteceram em 104 dias – 10 de julho a 22 de outubro –, na operação Égide, distribuída em três 'arcos': Rio de Janeiro, corredores (Minas Gerais, Goiás e São Paulo) e fronteira (Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
Internacionalização
Jardim destacou que os seis principais crimes que atingem o Brasil passam pelo âmbito internacional: tráfico de drogas, de armas, tráfico humano, crimes financeiros, cibernéticos e terrorismo. Segundo ele, muitas vezes esses crimes são cometidos pela internet, e isso pede mudança no olhar sobre a segurança pública e no perfil do policial.
"O pensamento é internacional, as conexões são as mais extensas nos crimes hoje e nossos policiais têm de ser capazes de interagir com essa realidade. Nossas polícias precisam pensar internacionalmente. E isso tudo passa pela internet e significa mais tecnologia. É satélite, é drone. Não há força humana capaz de tomar conta de uma fronteira de 17 mil quilômetros, como é a nossa", explicou o ministro.
O ministro Torquato Jardim também destacou que não há solução única, nacional, para o problema da segurança pública. Na visão dele, existem peculiaridades em cada estado que precisam ser consideradas. "Cada estado é um estado. Cada polícia é uma polícia. Portanto, o que faz o Ministério da Justiça enquanto governo federal é oferecer apoio técnico, operacional, financeiro", citou.
Durante o seminário, Jardim ainda enumerou resultados de ações do Departamento Penitenciário Nacional, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Secretaria Nacional de Segurança Pública (à qual é vinculada a Força Nacional).
Também participaram do evento, promovido pelo Partido da República, líder da sigla na Câmara, deputado José Rocha; o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes; secretário estadual de Segurança Pública do Tocantins, Cesar Roberto Simoni de Freitas; e os deputados Capitão Augusto (presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara) e Alberto Fraga (líder da Frente Parlamentar da Segurança Pública).