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Na Colômbia, ministro da Justiça vê segurança cidadã
Brasília, 29/11/17 – Em viagem a Bogotá, Colômbia, na segunda (27) e terça-feiras (28), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, trocou experiência com delegações de outros 13 países da América Latina e Caribe sobre a segurança cidadã – política de combate ao crime, segundo a qual a ação do Estado se dá simultaneamente nas áreas de educação, saúde, cultura e policiamento.
Esse tipo de estratégia vem sendo estimulada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), realizador da conferência, pelo histórico de eficiência experimentado na própria Colômbia, no Equador, no Panamá, na Jamaica, no Belize e em outros países da região.
Um exemplo prático do resultado desse tipo de política foi dado durante o evento, em que as delegações foram levadas a uma visita ao Bronx, conjunto de quadras no centro de Bogotá ao qual os moradores da cidade se referiam por apelidos como “rua maldita” ou “portão do diabo”.
Até 2016, lá funcionava uma espécie de QG do crime na capital colombiana. O lugar servia para exploração sexual de menores, homicídios, sequestros, tráfico de armas e drogas. Mas a prefeitura uniu-se à polícia, ao exército, à receita federal e a mais outras 20 organizações locais e nacionais num amplo plano de recuperação.
O Bronx foi tomado numa grande operação policial realizada na manhã de 18 de maio de 2016. As várias quadrilhas que comandavam o crime por lá foram presas e desarticuladas. As autoridades deram especial atenção em reestabelecer os direitos das crianças. Por fim, aplicaram uma grande reforma urbanística. Recuperaram a Praça dos Mártires e, de frente pra ela, restaura-se a Basílica do Sagrado Coração de Jesus. Os canteiros da praça hoje têm flores e os gramados verdes são desfrutados por famílias.
A experiência de Bogotá impressionou a comitiva brasileira, pois a descrição dos problemas de violência e criminalidade do Bronx em tudo se assemelha às favelas do Rio de Janeiro. Torquato Jardim reuniu-se com o prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa Londoño, que lhe fez um relato da experiência vitoriosa contra o crime organizado.
“Há um limite de recursos e tempo para a atuação do Estado. Ele precisa ocupar o espaço antes que o crime remunere os jovens. Por isso, tão rapidamente quanto possível, logo em seguida à ação policial para debelar o crime, tem que chegar educação, saúde e principalmente a criação de empregos, a criação de um ambiente de negócios na comunidade. Desse jeito, o jovem se vê diante da oportunidade de viver licitamente. As chances de cooptação pelo crime vão reduzindo cada vez mais”, explicou o ministro brasileiro, na volta da conferência.