Brasília, 2/7/15 -  O Ministério da Justiça, por meio do Departamento Penitenciário Nacional, realizou quarta-feira (1º), wokshop para discutir a elaboração de uma política nacional de fomento à realização de atividades culturais nos estabelecimentos prisionais do país. O encontro ocorreu no Auditório Tancredo Neves do Ministério da Justiça.

O evento promoveu a aproximação entre as políticas culturais desenvolvidas em alguns estados, com vistas a elaborar uma política nacional sobre a temática, para que facilite a introdução das atividades nas outras unidades federativas.

Participaram especialistas e parceiros que já desenvolvem projetos nesse âmbito. Os integrantes abordaram estratégias dos Ministérios da Justiça, da Cultura e da Educação para ampliar a implementação de cultura e educação nos presídios; a discussão de remição de pena aos que aderirem; além de rodada de discussão acerca das necessidades da Política.

 Durante a abertura, houve uma apresentação do ator Chico Aquino, que integra o grupo Os Comédias, encenando a vida de um morador de rua. A cena emocionou a todos os presentes pela simplicidade e pela forma com que contou a história.

Aquino esteve privado de liberdade durante alguns anos, passou pelas unidades de Americano, em Belém; Cepaigo, em Goiânia; Vereda Grande, Terezina; e Papuda, em Brasília. Foi durante esse tempo que esteve na Papuda que conheceu a arte e teve a possibilidade de trabalhar com projetos culturais.

Projetos financiados pelo Depen possibilitaram Aquino a transformar sua realidade por meio do teatro, música, circo, de produção. “Para eu aprender a ministrar aula de oficina de leitura dramática, tive aulas até com a atriz Fernanda Montenegro. Fizemos curso na Faculdade Dulcina de Moraes, apoiado pelo Depen”, afirma.

O grupo Os Comédias já existe há 20 anos, todos os integrantes se conheceram no presídio da Papuda e possui até hoje a formação original, exceto por um integrante que já faleceu. O grupo já realizou mais de duas mil apresentações, foi tema em salas de aulas; realizou cerca de 98 mil horas/aulas de músicas, teatros, dança e literatura em presídios e escolas.

Para o ator, a cultura “muda a vida da água para o vinho. Ela nos possibilita ser o que nunca tivemos oportunidade de ser, de trabalhar com o lúdico”.

Ministério da Justiça
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