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Integração e cooperação são legados dos grandes eventos no Brasil
Brasília, 20/12/16 – A Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça e Cidadania (SESGE/MJC) foi criada em 2011 com o objetivo de planejar, coordenar, implementar e avaliar as ações de segurança para os grandes eventos que o Brasil realizaria a partir de então - Jornada Mundial da Juventude (2013), Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo FIFA 2014 e Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.
Com a experiência adquirida nos primeiros eventos dessa série, em 2016, a SESGE coordenou a Operação Integrada de Segurança para os Jogos Rio 2016, a partir dos Centros Integrados de Comando e Controle Nacional (CICCN), Regionais (CICCR) e Setoriais (CICCS), compostos por profissionais das mais de 20 instituições de segurança pública e defesa civil envolvidas na operação integrada dos três níveis de governo: federal, estadual e municipal.
“A integração entre diferentes instituições é sem dúvida o maior legado dos Jogos Rio 2016 para sociedade na área da segurança pública”, sustenta o titular da SESGE/MJC, Andrei Rodrigues. “O reconhecido sucesso da operação de segurança dos grandes eventos é prova da importância dessa integração”, complementa.
O modelo de segurança integrada que foi empregado durante as competições olímpicas e paraolímpicas foi amadurecido em diversos eventos-teste realizados meses antes da competição olímpica, entre eles as competições de atletismo paralímpico, hipismo, badminton, hóquei sobre grama e canoagem slalom, além de provas em ambientes de rua, mar aberto e na Lagoa Rodigo de Freitas, caso do triatlo, paratriatlo, remo e ciclismo de estrada.
Também como preparação para a operação de segurança do evento, em maio de 2016 foi realizada, no Rio de Janeiro, a Semana Internacional de Segurança para Grandes Eventos, ocasião em que especialistas de diversos países vieram ao Brasil e compartilharam experiências com profissionais de segurança pública de instituições brasileiras. Entre os palestrantes, estiveram profissionais que atuaram nos Jogos Olímpicos de Londres (2012) e também na resposta aos ataques terroristas de Paris, em novembro de 2015.
O Plano Tático de Integrado de Segurança para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 foi aprovado, no dia 1º de junho, pela Comissão Estadual de Segurança Pública e Defesa Civil para os Jogos Rio 2016 (COESRIO2016). O documento reuniu, no total, 11 protocolos, entre eles, os de vistorias e contramedidas de bombas e explosivos; coordenação, comunicação e comando; credenciamento e defesa civil; comunicação social; segurança de dignitários, atletas e medalhas; operações especiais; segurança dos portos; proteção às marcas e enfrentamento ao terrorismo. Além dos quatro Protocolos Integrados de Segurança e Ordenamento Urbano (PISOU) das regiões olímpicas (Barra, Copacabana, Deodoro e Maracanã).
Porém, para garantir que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 acontecessem em um ambiente seguro, não bastava apenas ter policiais, militares e outros agentes de segurança nas ruas e instalações esportivas. O trabalho de inteligência policial quase sempre passa despercebido do público, foi parte fundamental do sucesso de uma operação de segurança desse porte. Uma das responsabilidades dessa atividade, sob a coordenação da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça e Cidadania (SESGE/MJC), foi a realização de pesquisas (“background check”) referentes a todos os candidatos à obtenção de credenciais para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, incluindo atletas, comissões técnicas, árbitros, jornalistas, dirigentes esportivos, autoridades, voluntários e força de trabalho.
Ao todo, foram realizadas pesquisas referentes a 799.455 candidatos, dos quais 20.496 foram considerados “não recomendados”. Os motivos são variados, e incluem a existência de mandados de prisão em aberto, detecção de perfil violento, histórico de crimes sexuais e ligação com organizações criminosas.
“Com o término dos Jogos Rio 2016, o Ministério da Justiça e Cidadania pretende adaptar a metodologia de realização de pesquisas de segurança para aplicação em outros cenários da segurança pública, de forma a consolidar essa ferramenta de prevenção da criminalidade”, destaca o secretário Andrei Rodrigues.
Além dos investimentos em equipamentos, a SESGE capacitou mais de 90 mil profissionais de segurança pública e defesa civil. E esse conhecimento é parte do legado que a realização dos grandes eventos deixa para o país.
“O grande objetivo da Sesge foi promover a integração entre todos os atores que participaram desse processo: a segurança pública, polícia, os três níveis de governo, o comitê organizador, as mais de 30 instituições que participam da área de segurança e defesa civil. O maior legado é esse, a integração, a mudança de cultura. E isso hoje é uma nova realidade”, disse Andrei Rodrigues.
Pelo trabalho realizado, a SESGE recebeu em dezembro de 2016 o Prêmio de Boas Práticas do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU). O reconhecimento, na categoria Fortalecimento dos Controles Internos, se dá em função da prática “Gestão de Projetos como instrumento de aprimoramento do controle interno: desenvolvimento e utilização de Metodologia de Gerenciamento de Projetos no acompanhamento e avaliação dos projetos de Segurança dos Jogos Rio 2016”.
“O prêmio coroa o sucesso da Operação de Segurança Integrada para os Jogos Rio 2016, coordenada pela SESGE, e que teve seu sucesso amplamente reconhecido. Esse resultado só foi possível por conta da implantação de ferramentas de gestão e controle, que garantiram a implementação e o acompanhamento dos projetos de forma eficiente e eficaz”, explica o secretário Andrei Rodrigues.