Brasília, 12/8/14 – A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que o grupo de 24 indígenas que vivia isolado na Amazônia até junho deste ano e fez contato com equipes da Frente de Proteção Etnoambielntal (FPE), no Acre, está recebendo assistência médica para impedir a proliferação de doenças.

Além de médicos e enfermeiros da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que realizam pesquisa sobre o perfil epidemiológico dos índios, uma equipe da Funai trabalha na Base de Xinane, reativada recentemente, para saber o que levou o grupo de índios isolados à situação de mobilidade.

A presidente da Funai, Maria Augusta Assirati, disse que a Funai investiga, com ajuda de tradutores e indigenistas, as possíveis situações de perigo ou vulnerabilidade que levaram o grupo a fazer contato.

“Já temos um plano de contingência em curso, que está sendo executado pela Funai e pela Sesai, no campo da saúde, para que eles se mantenham saudáveis durante o contato. Agora não são mais considerados isolados, mas de recém contato, e caberá à Funai realizar a proteção desse grupo, respeitando o modo de vida que vão optar daqui pra frente e trabalhando para que mantenham suas tradições”, disse Maria Augusta.

A presidente da Funai disse também que conta com o apoio do governo do Peru. No início do ano, foi assinado um acordo de cooperação com Brasil para a proteção e promoção dos direitos dos povos indígenas isolados e recém-contatados que vivem nas regiões de fronteira. “Temos buscando estreitar parceria com aquele país para monitorar área de fronteira. Vamos buscar formas de atuar junto com o Peru para realizar a proteção desses povos”, destacou a presidente da Funai.

Gripe
A diretora do Departamento de Atenção à Saúde Indígena, Danielle Cavalcante, informou que os sete primeiros indivíduos do grupo que fizeram contato, em juho, contraíram gripe. Eles foram tratados, sem aplicação de vacina de gripe, e já estão com boa saúde. Os outros índios não apresentaram sintomas de doenças.  

O coordenador-geral de Índios Isolados e Recém Constatados da Funai, Carlos Travassos, contou que o primeiro contato do grupo foi feito de forma pacífica com índios da etnia Ashaninka e equipe da FPE, Aldeia Simpatia, fronteira do Acre com o Peru. Segundo os tradutores, eles pertencem a um subgrupo do tronco lingüístico Pano.

Após o primeiro contato, a FPE, que monitora quatro grupos de índios isolados na região, decidiu intervir com o Plano de Contingência para Situação de Contato e ativar a Base de Xinane. Lá se encontra uma equipe de profissionais com médicos, enfermeiros, indigenistas, tradutores e uma equipe de apoio com mateiros e cozinheiros.

Ministério da Justiça
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