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A preocupação não é fechar a fronteira, mas sim organizar o atendimento aos imigrantes, afirma Jungmann

por publicado: 30/08/2018 19h47 última modificação: 30/08/2018 19h47
Ministro da Segurança Pública falou sobre o uso das Forças Armadas em Roraima na fiscalização e no patrulhamento das áreas federais

Brasília, 30/8/18 – O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, falou nesta quinta-feira (30/8) sobre o acesso dos venezuelanos ao Brasil. De acordo com o ministro, a preocupação não é fechar a fronteira, mas sim organizar o atendimento aos imigrantes que vêm para o País em busca de melhores condições de vida. Raul Jungman falou do assunto após a posse do presidente do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas, em Maceió/AL.

“O Brasil já se posicionou quanto à atenção que continuará dando aos venezuelanos, assim como à população de Roraima. Inclusive foi determinado pelo presidente Michel Temer o uso das Forças Armadas na garantia da paz e da tranquilidade em Roraima”, afirmou Jungmann.

Segundo o ministro da Segurança Pública, o Exército terá poder de polícia nas áreas que são de atribuição federal. Já as forças policiais e os bombeiros do Estado permanecem sob o comando do governo local. “O governo federal, por meio das Forças Armadas, fará a fiscalização, a estabilização e o patrulhamento nas áreas federais, como a faixa de fronteira e todas as rodovias federais”, explicou.

Com o grande fluxo de entrada de venezuelanos no Brasil, a capacidade dos abrigos está comprometida. “Se chegar ao máximo da capacidade e não interiorizar as pessoas, esse excedente vai para as ruas gerando tensão com a população e, inclusive, pressão sobre o sistema de saúde, por exemplo”, disse.

Combate ao crime organizado

Jungmann firmou parceria com o Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC) que, segundo ele, possui repositório de informações e tecnologia de investigação imprescindíveis para o combate ao crime organizado. “Hoje o crime organizado domina o sistema prisional porque são as facções criminosas que garantem a vida do preso dentro e fora dos presídios”, afirmou.

“Minha grande preocupação são as facções de base prisional, elas comandam o crime nas ruas de dentro dos presídios. Elas se nacionalizaram e se transnacionalizaram, então elas são o coração do crime e da violência no Brasil”, disse. De acordo com o ministro, é preciso cortar o fluxo de informações de quem está dentro dos presídios com quem está nas ruas. “Isso significa adotar o parlatório. Ninguém poderá se comunicar com aquele líder de facção sem que seja gravado no parlatório”, ressaltou.

Jungmann defende que os líderes de facções cumpram as penas nos presídios federais de segurança máxima. Hoje, pela lei, eles passam um ano. Além disso, o ministro afirma que é preciso ter uma política voltada para o preso e para o egresso. “Apenas 15% dos presos trabalham e 12% estudam. Isso significa que a ressocialização dentro do sistema prisional não está funcionando”, disse.

O Ministério da Segurança Pública firmará acordo com o Ministério da Educação nesta sexta-feira (30) para levar ensino à distância dentro dos presídios. “Instituímos também a Política de Trabalho para presos e egressos, o que é muito importante para reduzir a força que tem as facções criminosas sobre o preso”.