Brasília, 08/02/19 – O incremento de novas tecnologias facilita bastante nosso dia a dia. No entanto, serviços criados para fins lícitos são empregados para práticas criminosas. Nesse cenário, a investigação policial vem encontrando dificuldades na atribuição da autoria do delito, muito em razão de smartphones bloqueados por senha, dados armazenados em nuvem e conteúdo das comunicações em aplicativos de mensageria protegidos por criptografia. Essa problemática é conceituada como Going Dark. E sobre esse assunto, o Brasil reúne nesta segunda-feira (11) representantes das polícias judiciárias de 12 países em um simpósio, aberto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, às 9h no auditório Tancredo Neves. Estarão presentes também representantes das polícias judiciárias, tribunais superiores do Brasil e conselhos nacionais.

Essa será a segunda vez que o assunto é debatido em nível mundial. A primeira foi no ano passado em Bruxelas, na Bélgica, em encontro organizado pelo FBI e pelo Departamento de Justiça do Estados Unidos. O simpósio brasileiro terá como foco as inovações conceituais, legislativas e tecnológicas e compartilhamento de boas práticas que possam restaurar a capacidade investigativa das forças de segurança pública.

“Os avanços tecnológicos tornam nosso mundo um lugar sombrio, paraíso cibernético para os infratores praticarem seus atos e ficarem impunes", observou o coordenador do Laboratório de Inteligência Cibernética da Secretaria de Operações Integradas, Alesandro Barreto.

Segundo o coordenador, a capacidade de descriptografia é limitada ao usuário final e representa um impedimento significativo à investigação da maioria dos tipos de atividades criminosas, incluindo crimes violentos, tráfico de drogas, abuso e exploração sexual infanto-juvenil, crimes cibernéticos e terrorismo doméstico e internacional.

O objetivo do simpósio é engajar parceiros nacionais e internacionais para discutir esses desafios e chegar a um consenso sobre os princípios comuns de mensagens e acesso legal autorizado judicialmente. “A intenção é formar uma coalizão internacional para aperfeiçoamento da discussão e encontrar alternativas para sanar essa dificuldade”, esclareceu.

Dentre os pontos a serem debatidos estão os principais desafios para as investigações, os argumentos utilizados pelas empresas de tecnologia para não cooperar com a Justiça, as questões técnicas relacionadas ao acesso legal a dados criptografados e outros. “Ainda há tempo para reverter esse caminho para a escuridão”, concluiu.

Serviço:

Evento: I Simpósio Going Dark

Dia: 11/02

Hora: 9h

Local: Auditório Tancredo Neves (MJSP)