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Cintas Larga pedem garimpo legal

por publicado: 06/03/2018 20h07 última modificação: 06/03/2018 20h23
Povo indígena de Rondônia pede ao ministro da Justiça que o ajude a regulamentar extração de diamantes dentro de seu território

Cinta Larga

Marcelo Cinta Larga, a deputada federal Marinha Raupp e o senador Valdir Raupp durante audiência com ministro Torquato Jardim. Foto: Isaac Amorim/MJ

Brasília, 6/3/18 – A exploração de diamantes no território dos Cintas-Larga, localizado no leste de Rondônia, foi tema de uma reunião na tarde desta terça-feira (6) entre o ministro da Justiça, Torquato Jardim, e uma comitiva formada por liderança indígena, parlamentares e Ministério Público. Todos buscam uma solução definitiva para um problema que assola a região há décadas, e já provocou diversas mazelas, entre elas a morte de índios e garimpeiros.               

A solução defendida conjuntamente pelos Cintas Larga e pelo Ministério Público chegou na forma de um anteprojeto de lei e foi apresentado pelo procurador Reginaldo Trindade, responsável pela Defesa do Povo Cinta Larga. O documento pede a regulamentação da mineração no território localizado no município rondoniense de Espigão do Oeste. 

Segundo Trindade, após três anos de negociação, as lideranças indígenas chegaram a um consenso sobre permitir a exploração e obter lucros para garantir não só sua subsistência, mas também evitar a extinção da etnia. Até a metade do século passado, havia cerca de 40 mil indígenas Cintas Larga. Hoje esse número caiu para pouco mais de 2 mil. 

O ministro da Justiça disse que irá estudar o caso e checar com a Funai o andamento das discussões sobre o tema. Ele também prometeu empenho na intermediação com o Congresso e dentro do próprio Executivo na busca de soluções definitivas para o problema. 

Marcelo Cinta Larga disse que nenhuma solução proposta pelos governos até o momento ajudou seu povo. O problema, que começou em meados dos anos 90 e se acentuou em 2004, quando um grupo de guerreiros indígenas matou 29 garimpeiros, continua. 

Hoje há bastante tensão na região, acompanhada de alto índice de alcoolismo, presença de armas, drogas e casamentos entre garimpeiros e mulheres indígenas para que tenham acesso privilegiado ao território. “Eles [o povo Cinta Larga] correm o risco de extinção, pois estão perdendo suas características, suas tradições e sua língua. É preciso que algo seja feito, pois somente o crime organizado lucra com essa situação em Rondônia”, alertou o procurador da República. 

Também participaram da reunião o senador Valdir Raupp, a deputada federal Marinha Raupp, o vice-governador de Rondônia, Daniel Pereira, o deputado estadual Ceilton Roque, o prefeito de Espigão do Oeste, Nilton Caetano, e o vice-prefeito de Espigão do Oeste, Walter Conçalves.

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